Dieta da Saúde Planetária: o cardápio que pode salvar o planeta

Segundo a Comissão EAT-Lancet, adotar a Dieta da Saúde Planetária pode prevenir 15 milhões de mortes anuais e reduzir em 50% as emissões globais de alimentos até 2050. Foto: Vecteezy

A maneira como produzimos e consumimos comida está diretamente ligada à saúde do planeta e das pessoas. É o que reforça o novo relatório da Comissão EAT-Lancet 2025, formado por 70 especialistas de 35 países, que apresenta a Dieta da Saúde Planetária (Planetary Health Diet – PHD) como uma estratégia global para frear a crise climática e promover longevidade.

Publicada na revista The Lancet, a pesquisa aponta que uma transição alimentar consciente poderia evitar até 15 milhões de mortes prematuras por ano — o equivalente a 40 mil vidas salvas por dia — e reduzir em mais da metade as emissões de gases de efeito estufa geradas pela produção de alimentos até 2050.

Atualmente, o setor responde por quase um terço das emissões globais e figura entre os principais causadores de desmatamento, perda de biodiversidade e poluição hídrica. Para os pesquisadores, mudar o que vai ao prato é uma das ações mais poderosas para garantir um futuro sustentável.

“A evidência é inegável: transformar os sistemas alimentares não só é possível, é essencial para garantir um futuro seguro e sustentável”, destaca Johan Rockström, co-presidente da comissão e diretor do Potsdam Institute for Climate Impact Research.

Entenda como funciona

Segundo o estudo, a proposta da Dieta PHD não é eliminar grupos alimentares, mas equilibrar proporções. A base está em grãos integrais, frutas, verduras, leguminosas e oleaginosas, com consumo moderado de proteínas animais. 

O guia recomenda consumir diariamente:
  • 3 a 5 porções de grãos integrais;
  • 5 porções de frutas e hortaliças;
  • leguminosas e oleaginosas todos os dias;
  • carne vermelha apenas uma vez por semana;
  • 2 porções semanais de frango e peixe;
  • 3 a 4 ovos por semana e laticínios em pequenas quantidades diárias.

A dieta também limita açúcares, gorduras saturadas e sal, sem abrir mão do sabor e da diversidade cultural.

“Não se trata de uma dieta de privação”, explica Walter Willett, professor da Escola de Saúde Pública de Harvard e coautor do estudo. “É um modelo alimentar saudável, prazeroso e adaptável a diferentes culturas e preferências.”

Em suma, a Dieta da Saúde Planetária convida o mundo a repensar a comida — não como um sacrifício, mas como uma oportunidade de cuidar de si e do planeta com cada refeição. O que você acha da ideia?

Fonte: Revista The Lancet

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