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Favela Boca do Sapo, outra comunidade atendida pela ONG, antes das intervenções do Favela 3D. Foto: Divulgação ONG Gerando Falcões |
Segundo Caio Luizetto, co-fundador da startup Favila Casas Sustentáveis, responsável pela tecnologia, a ideia une inovação, sustentabilidade e inclusão social, com o objetivo de oferecer moradia digna a famílias em situação de vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, dar novo destino a resíduos plásticos que iriam para o lixo.
“É uma solução 100% brasileira, criada para enfrentar nossa realidade de desigualdade habitacional e excesso de resíduos”, afirma Luizetto.
Além de ambientalmente responsável, a construção tem outras vantagens: custa até 70% menos que a alvenaria tradicional e pode ser montada em apenas 24 horas, desde que o terreno esteja preparado e a equipe treinada.
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A construção de uma casa de tubos de pasta de dente custa 70% menos do que uma casa de alvenaria. Fotos: Caio Luizetto/Divulgação |
Como funciona a construção
O processo começa no descarte: os tubos passam por separação, limpeza, trituração e moldagem em blocos ou placas. A diferença está no tratamento específico que garante resistência e impermeabilidade do material, essencial para a construção civil.
Em seguida, os resíduos são transformados em módulos pré-fabricados, que se encaixam em estruturas leves — um sistema patenteado que permite montagem rápida, desmontagem e adaptação a diferentes terrenos.
Cada casa de 27 m² utiliza cerca de uma tonelada de resíduos, o equivalente a 10 mil tubos de pasta de dente, o que corresponde a uma tonelada de resíduos plásticos reaproveitados. Além disso, o modelo tem bom desempenho térmico e acústico, oferecendo conforto às famílias.
Os testes mostraram que o material tem bom desempenho térmico e acústico, além de resistência frente a intempéries.
“As residências mantêm temperatura interna agradável, mesmo em climas extremos”, completa Luizetto.
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O modelo de construção é 100% nacional e patenteada. Foto: Caio Luizetto/Divulgação |
Solução transitória
As casas de tubos reciclados foram pensadas como moradia provisória, com vida útil estimada entre 10 e 15 anos. A proposta é garantir segurança e dignidade a curto prazo, enquanto as famílias avançam para soluções permanentes de habitação.
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Cada casa tem 27 m² e utiliza cerca de uma tonelada de resíduos. A iniciativa visa oferecer moradia digna a famílias em situação de vulnerabilidade. Foto: Flavia Taverna/Divulgação. |
Ainda de acordo com Luizetto, a recepção das famílias foi extremamente positiva, já que muitas viviam em barracos de madeira, em condições de alta vulnerabilidade. Para os moradores, a mudança representa um recomeço marcado por mais segurança, conforto e esperança.
O projeto da Favela dos Sonhos mostra como é possível transformar resíduos em moradia digna, unindo sustentabilidade e impacto social em larga escala. Uma experiência que aponta caminhos inovadores para a habitação popular no Brasil.
Fonte: ONG Gerando Falcões