Plantas amazônicas mostram eficácia contra dengue e malária, diz estudo

O estudo foi financiado pela Iniciativa Amazônia +10, com apoio da Fapeam. Foto: Freepik

A Amazônia pode estar mais perto de oferecer uma nova arma contra doenças que afetam milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Pesquisadores do Amazonas, Maranhão e Paraná se uniram para desenvolver um novo método de combate à malária e à dengue. O projeto utiliza óleos essenciais de plantas amazônicas do gênero Piper, conhecidos popularmente como pimentas-de-macaco, para criar produtos que atuam contra os vetores dessas doenças. 

Coordenado pela pesquisadora Rosemary Roque, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a iniciativa já obteve resultados inéditos e promissores. 

“Até o momento, foram realizados testes que demonstraram atividades biológicas promissoras dos óleos essenciais contra diferentes estágios: ovos, larvas, pupas e adulto, dos vetores da malária Anopheles spp. e do Aedes aegypti”, revela a cientista.

 

O objetivo principal é desenvolver produtos com óleos amazônicos para combater malária e dengue

Além dos óleos, o projeto também testa a eficácia de um bioinseticida nacional à base de Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) no controle do Anopheles darlingi, principal transmissor da malária na Amazônia. Um dos avanços mais significativos foi a identificação de substâncias com potencial para inibir o vírus da dengue e Zika, além do parasita Plasmodium vivax, que causa a malária, confirmando ainda a baixa toxicidade ambiental dos compostos.

Biodiversidade em tecnologia

As plantas utilizadas, como a Piper purusanum e Piper alatipetiolatum, foram coletadas em unidades de conservação de Manaus. A biotecnologia permite que os pesquisadores extraiam os óleos, isolem as substâncias ativas e desenvolvam nanoformulações avançadas para aumentar a eficácia e a durabilidade do produto.

O projeto, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e amparado pela Iniciativa Amazônia +10 e com apoio fundamental da Fapeam, vai além do laboratório. Ele promove a formação de novos cientistas na região e leva divulgação científica para as comunidades, reforçando o valor do conhecimento tradicional e da biodiversidade local.

A expectativa é que, no futuro, esses bioinseticidas e nanoformulações amazônicas possam ser incorporados às políticas públicas de controle de endemias, oferecendo uma alternativa sustentável e eficaz para reduzir os casos de doenças transmitidas por mosquitos na região.

*Com informações da Fapeam




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