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A pesquisa avaliou 369 empresas no Canadá, nos Estados Unidos e na America Latina Foto: FreePik. |
Apesar de avanços na comunicação sobre riscos ambientais, apenas 5% dos conselhos de administração das companhias têm supervisão direta sobre natureza e biodiversidade. O dado é da Nature Risk Barometer 2024, relatório da consultoria EY que avaliou 369 empresas da América Latina, incluindo o Brasil, EUA e Canadá com base nas 14 recomendações da Taskforce on Nature-related Financial Disclosures (TNFD).
Na América Latina, 89% das empresas seguem todas as recomendações da TNFD em seus relatórios — índice superior ao do Canadá (72%) e dos EUA (66%). Ainda assim, a integração do tema às estratégias e à governança corporativa continua limitada.
De acordo com com Leonardo Dutra, sócio-líder de mudanças climáticas e sustentabilidade da EY Brasil o relatório busca incentivar a colaboração entre os setores e mapear o estágio atual dessas divulgações.
“É positivo ver avanços em áreas como biodiversidade e métricas ambientais, mas ainda estamos longe do nível de governança e transparência que o cenário exige”, destaca Dutra.
O estudo mostra que 94% das empresas já adotam pelo menos uma recomendação da TNFD — um crescimento frente aos 87% em 2023. Em métricas e metas, 43% divulgam indicadores como uso de água, desmatamento e espécies ameaçadas. Apenas 27% integram a biodiversidade às suas agendas de sustentabilidade.
Para Dutra, o avanço latino-americano se deve à crescente valorização do capital natural.
“Apesar do interesse crescente, os mercados de créditos de biodiversidade ainda são limitados a poucos países da região, e há debates sobre sua eficácia, o que mantém o tema em destaque nas agendas corporativas”, complementa.
Mineração e alimentos se destacam
Entre os setores analisados, o extrativo e o de processamento de minerais lideram em divulgação sobre riscos naturais: 91% de cobertura e 27% de alinhamento com a TNFD.
“A pressão por mais transparência fez com que essas empresas adotassem relatórios voluntários e ganhassem protagonismo”, explica Dutra.
Em seguida vêm alimentos e bebidas, com 88% de cobertura e 24% de alinhamento. A exposição de suas cadeias de suprimento e novas exigências regulatórias, como a legislação europeia contra o desmatamento, impulsionam ações ambientais mais rigorosas.
*Com informações da EY Brasil