Marina Silva defende ações urgentes contra crise climática

 

Marina Silva, durante o programa Bom Dia Ministra, realizado nesta segunda-feira (5/5). Créditos: Fernando Donasci/MMA 

Durante participação no programa Bom Dia, Ministra da EBD, nesta segunda-feira (5/5), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou as principais ações do governo federal para enfrentar a crise climática no Brasil. Entre os temas abordados, ela defendeu a transição energética, o combate ao desmatamento e incêndios florestais, a proteção de comunidades indígenas e a criação de uma Autoridade Climática para coordenar políticas públicas voltadas à emergência ambiental.

Marina ressaltou que o Brasil precisa substituir gradualmente o uso de combustíveis fósseis por fontes renováveis, como solar, eólica, biomassa e hidrogênio verde, já em expansão em estados do Nordeste.

“A transformação ecológica da matriz energética é um processo inovador e necessário, não apenas para o Brasil, mas para o mundo”, afirmou.

Sobre a proteção ambiental, a ministra informou que o desmatamento no Cerrado já começou a dar sinais de queda e que o governo tem reforçado o combate aos incêndios com aumento de brigadistas, novas aeronaves e investimentos do Fundo Amazônia. Em relação ao garimpo ilegal, Marina revelou uma redução de 85% nos novos garimpos na Terra Indígena Yanomami, além de ações contínuas de desintrusão e assistência social em diversas regiões.

Segundo Marina, essas medidas fazem parte de um esforço mais amplo que será debatido na 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente (5ª CNMA), que começa nesta terça-feira (6/5), em Brasília. Após 11 anos sem edição, o evento retorna com o tema “Emergência Climática e o Desafio da Transformação Ecológica”, reunindo representantes de todo o país para discutir os rumos da política ambiental brasileira.

A conferência é resultado de um processo participativo que envolveu 2.570 municípios, 439 conferências municipais, 179 intermunicipais e 287 conferências livres, que geraram 2.635 propostas da sociedade civil. Essas sugestões servirão de base para a atualização da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) e para a elaboração do novo Plano Nacional sobre Mudança do Clima (Plano Clima), com metas até 2035.

Organizada em cinco eixos — mitigação, adaptação e preparação para desastres, justiça climática, transformação ecológica e governança e educação ambiental —, a CNMA reunirá 50 grupos simultâneos para debater as propostas. O objetivo é chegar a um conjunto de 100 recomendações finais, que poderão orientar governos em todos os níveis, além do setor privado e da sociedade civil.

“Esse novo ciclo de prosperidade precisa ser baseado em recursos naturais renováveis e não pode deixar ninguém para trás — mulheres, jovens, povos indígenas e comunidades vulnerabilizadas”, enfatizou Marina Silva.

A conferência também debate a criação de um marco regulatório que reconheça oficialmente a emergência climática, com apoio técnico-científico e institucional. 

“A Autoridade Climática será fundamental para operacionalizar essa nova realidade e garantir que o país esteja preparado para os desafios do clima”, destacou a ministra.


Marco Regulatório

Na ocasião, a ministra defendeu a criação de um marco regulatório para a emergência climática no país. Marina Silva afirmou que uma proposta está em fase final de discussão pelo governo, sem prazo definido para apresentação .

Outra proposta, segundo a ministra, é que o governo federal planeja instituir a Autoridade Climática, um órgão com a missão de coordenar e intensificar os esforços de enfrentamento às mudanças climáticas. Apesar do anúncio ter ocorrido há oito meses, o órgão ainda não foi concretizado.

"Você tem que decretar a emergência climática de forma permanente nos mais de mil municípios que são vulneráveis e isso tem desdobramentos. Por exemplo, as seguradoras. Já é complexo hoje quando você tem o decretar de emergência em situações específicas. Imagine o que é emergência permanente? Como é que essas coisas vão se cruzar a partir desse novo marco regulatório?", completou Marina.

Para acompanhar o programa na íntegra acesse aqui.

Fonte: Agência Gov.

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